Podemos dizer que Freud teve uma visão complexa sobre a esquizofrenia, inicialmente, antes do termo moderno ser amplamente adotado, era referido como “demência precoce”. Freud enxergava a esquizofrenia como um distúrbio psicótico que envolvia uma retirada da libido do mundo externo, redirecionando essa energia para o próprio ego. Ele acreditava que essa condição representava uma falha no desenvolvimento do ego, onde a pessoa, incapaz de lidar com a realidade externa e com as exigências da vida, se retirava para um estado interno de fantasia.

Para Freud, a esquizofrenia estava relacionada a um colapso nas relações objetais, o que significa que o indivíduo perdia a capacidade de investir emocionalmente nos outros e no mundo ao seu redor. Esse retorno da libido ao próprio ego resultava em uma desconexão com a realidade e a formação de um mundo interno substitutivo, muitas vezes caracterizado por alucinações e delírios. Ele também teorizava que a esquizofrenia envolvia a regressão a um estágio mais primitivo do desenvolvimento psíquico, anterior ao estabelecimento de uma identidade firme e separada do mundo externo. Essa regressão poderia levar à fragmentação do pensamento e da percepção, que são características centrais da esquizofrenia.

Podemos assim dizer que, Freud, via a esquizofrenia como uma forma de defesa extrema do ego contra a dor psíquica, resultando em uma retirada profunda da realidade e na criação de um mundo interno que, embora desconectado do exterior, era psicologicamente necessário para o paciente.

Apesar de a análise de um paciente com esquizofrenia ser um processo delicado e complexo, é possível ser realizada e requer preparo do analista, uma abordagem cuidadosa e adaptada às particularidades da doença, além de intervenção medicamentosa.

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