Atendo adolescentes que estavam ansiosos para o show deste fim de semana acontecer, com entusiasmo e vivacidade que conferem a essa fase fantástica que é a adolescência. Era para ser um momento mágico para esses jovens, mas não foi.
A organizadora do evento proibiu a entrada de garrafas de água em um calor de 60°C, cobrando um absurdo pela água dentro do estádio. Quanto vale uma vida?
Segundo José Outeiral, psicanalista, “o adolescente é um passivo-observador de suas próprias mudanças e se vê inundado por um sentimento de impotência, que pode acarretar em muitas angústias.”
Se formos ler as letras de Taylor, elas abordam temas que tendem a agradar esse público tão vulnerável devido ao processo de transformações que atravessam e o sentimento de angústia que os acompanham. Mergulhando então no mundo dessas letras, eles tendem a voltar-se a si mesmos, em suas fantasias, devaneios e sonhos, interferindo na sua capacidade de ver as coisas com criticidade. Justificando as atitudes realizadas nos shows no RJ.
Para Freud em “Mal estar na cultura”, vivemos a dicotomia entre querer satisfazer todos os nossos desejos ou abrir mão em nome da coletividade. Swift, sua equipe e a organizadora demonstraram qualquer coisa menos o interesse em abrir mão de seus interesses individuais em prol da preservação da nossa cultura. Afinal, que ingenuidade não perceber o calor do RJ ou ter visto os alertas das ondas altíssimas de calor, não é mesmo?
Ao contrário disso, Taylor permaneceu no silêncio do típico “desmentido” Ferencziano (faz-se o que se quer para fazer crer no que os outros querem crer).
Nossa solidariedade à mãe da Ana, que não receberá mais a sua filha de volta em casa por conta da arrogância que o ser humano carrega dentro de si.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *