Podemos dizer que, desde que saímos do conforto do útero materno, enfrentamos as mais diversas situações possíveis. Sem a devida proteção construída com o tempo, ficamos à mercê dessas situações, que ganham mais poder do que deveriam.

A resiliência é uma arma que pode nos ajudar a nos proteger, evitando que nos deixemos abater pelas desavenças do cotidiano. Em suma, ela pode ser um escudo psicológico contra qualquer sequela provocada pelos problemas. Essa “proteção” é aprendida; não nascemos com ela, mas podemos aprender desde cedo a nos cuidarmos emocionalmente. Quando permitimos que a criança se frustre, estamos ensinando-a a lidar com as dificuldades apresentadas. Porém, alguns pais e avós costumam isentar os pequenos de qualquer dificuldade ou problema maior em seu dia, e como consequência, quando adultos, esses indivíduos demonstram um repertório escasso ao se depararem com dificuldades. A intervenção excessiva impede que a habilidade de superação seja construída.

Para a psicanálise, a resiliência é um fenômeno intrinsecamente ligado à capacidade do indivíduo de enfrentar, superar e crescer diante das adversidades. Essa capacidade é frequentemente vista como um produto das complexas interações entre o inconsciente, as experiências infantis e os mecanismos de defesa psíquicos. O sujeito resiliente é aquele cujo ego consegue mobilizar recursos internos e externos para enfrentar situações adversas.

Além disso, pesquisas apontam que crianças que desenvolvem um apego seguro, caracterizado por uma confiança básica na disponibilidade e apoio dos cuidadores, tendem a crescer mais resilientes. Elas internalizam um senso de segurança e autoeficácia que lhes permite enfrentar desafios com maior confiança.

Apesar disso, nada está definido. A análise pode ajudar a desenvolver a resiliência, pois esta não é apenas uma característica estática, mas um processo dinâmico de crescimento e adaptação contínua. Nunca é tarde para nos cuidarmos

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