A insegurança é uma emoção complexa que se manifesta de diversas formas, desde a dúvida sobre as próprias capacidades até a ansiedade em relações interpessoais.

Na psicanálise, a insegurança é vista como um sintoma que emerge de conflitos inconscientes não resolvidos. Freud postulou que o inconsciente abriga desejos, medos e lembranças reprimidas que influenciam o comportamento e as emoções do indivíduo. A insegurança pode ser entendida como uma manifestação desses conteúdos reprimidos que surgem de maneira indireta.

Melanie Klein e outros teóricos das relações objetais expandiram a compreensão freudiana, focando na importância das primeiras relações interpessoais na formação da psique. Segundo essa teoria, as interações iniciais com os cuidadores (geralmente a mãe) moldam a forma como o indivíduo se percebe e se relaciona com os outros. A insegurança pode resultar de experiências de apego inconsistente ou problemático, onde o indivíduo internaliza figuras parentais como objetos de amor e ódio. Essas internalizações formam o núcleo das percepções de autoimagem e valor pessoal.

No setting terapêutico o papel do analista será ajudar o paciente a se sentir seguro o suficiente para que consiga trazer à consciência os conflitos e conteúdos reprimidos que sustentam esse sentimento (a insegurança). Através da associação livre, da interpretação dos sonhos e da análise das transferências, o analista ajuda o paciente a reconhecer e elaborar suas ansiedades e inseguranças. Esse processo pode revelar a origem desses sentimentos em experiências infantis e relações significativas, permitindo ao indivíduo reestruturar sua autoimagem e fortalecer seu ego.

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