A psicanálise, como disciplina, tem sido historicamente bastante debatida no que diz respeito à compreensão e ao tratamento do autismo. Embora as teorias psicanalíticas, desenvolvidas principalmente por Freud e posteriormente por outros psicanalistas, tenham contribuído significativamente para a compreensão da psique humana e de certos distúrbios psicológicos, elas nem sempre trouxeram discussões satisfatórias que se encaixam bem na compreensão da sociedade sobre o autismo.

Do ponto de vista psicanalítico, o autista está recolhido porque sair de si o colocaria em fragmentos. Então ele recua para se defender. Lacan dizia que diante do autista há um sujeito e que quando este se coloca diante de outra pessoa ele se fecha, pois essa é uma maneira de se reconhecer e de se defender da presença do outro. A psicanálise enxerga uma possibilidade de entrada no “campo do outro”, dessa forma, após muitas discussões e ainda caminhando com elas, podemos afirmar que não pensamos que o autismo evolui sempre da mesma forma, que é um processo incurável e que está determinado geneticamente ou pelos cuidados maternais. Mas que exige uma posição diferente da clínica tradicional, o que Lacan próprio chamou de letra/escrita do que vemos na clínica tradicional que seria pela fala/significante/simbólico. E uma intervenção precoce junto à família e à criança. Ao analisar o grau de suporte do autista não é possível uma interação através da proposta feita pela clínica tradicional, visto que em alguns casos não haverá interação do paciente com o analista. Serão necessárias outras modalidades de reconhecimento.

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