Narcisismo secundário

No narcisismo primário aprendemos que o bebê toma para si o objeto de prazer para depois conseguir fazer esse investimento no outro.

No narcisismo secundário vemos uma falha nesse investimento externo. A libido será retirada dos objetos externos e retornará ao ego. Ou seja, o bebê não conseguirá investir no outro, apenas nele mesmo.

Podemos ver isso na depressão, por exemplo, em que o indivíduo desinveste de tudo e fica com os seus próprios pensamentos.

Existe uma retirada da libido com a qual o objeto estava investido. O eu acumula toda essa libido, separando-se do objeto. Ou seja, todo investimento nas pessoas e no mundo exterior é retirado e redirecionado para ele mesmo.

O narcisismo é ruim?

Ouvimos muito sobre o narcisismo no sentido ruim, mas será que o narcisismo é ruim? O que é o Narcisismo?

Todos nós precisamos desse investimento narcísico dos nossos pais quando somos bebês. A ausência dele fará com que exista falha no desenvolvimento emocional.

O primeiro investimento para o bebê é da família. Através do narcisismo dos pais é constituído o narcisismo do bebê. Mas como?

Quando os pais apresentam o bebê como ´´eu fiz“ ´´é meu“ ´´esse é o meu filho“ eles estão investindo amor nesse bebê. É o bebê o centro do universo. Tudo funciona pra ele.
Dessa forma, o bebê é o investimento dos pais. Ele toma para ele mesmo o objeto de prazer para depois conseguir investir no outro.

Esse é o que Freud denominou como narcisismo primário. Ele é importante para o desenvolvimento do indivíduo e como este se enxergará. Quando existe alguma falha nessa fase é possível que o indivíduo não consiga constituir a imagem de si mesmo, o que pode causar sentimentos como impotência e fragilidade.

O Narcisismo e a culpa
Você sabia que a culpa que tanto sente pode se tratar de um sofrimento narcísico?

Não estamos aqui dizendo que toda culpa se trata disso, mas que a culpa pode tranquilamente ser um dos nomes dados ao narcisismo, isso pode

Achar que poderíamos ter evitado tal situação que na verdade não sabemos se poderíamos de fato ter evitado, é um sofrimento narcísico e superegoico. Pois nem todas as situações dependem apenas de nós mesmos.

´´Mas se eu tivesse feito isso“
´´Se eu não tivesse feito aquilo daquela forma“ Me culpo e em alguns casos me torturo com essa culpa me colocando no centro, como principal peça para que tudo tivesse sido diferente e até mesmo para que tudo tivesse dado certo. Eu não reconheço o outro nessa relação. Eu não reconheço que existem muitas coisas que não dependem apenas de mim. E que eu não tenho o controle absoluto de tudo.

Neste caso reconhecer o outro e o papel que este representa é libertador.

Como podemos identificar a dependência emocional?

Apesar de a maioria dos casos vistos serem do sexo feminino, os homens também podem apresentar a dependência emocional.
Ela se caracteriza por colocar o outro como o centro da sua vida. Com a necessidade de aprovação, amor e atenção extrema. Podemos encontrar a dependência emocional em qualquer relação: relação afetiva, familiar, de trabalho ou entre amigos.

Todos nós temos uma ou algumas pessoas que nos acolhem e nos apoiam quando estamos vulneráveis. Vemos isso nas relações do dia a dia. Porém, quando a pessoa é dependente emocionalmente ela vivencia isso de forma intensa, prejudicando a sua saúde mental e a sua forma de lidar com o meio ambiente. Ela necessita do outro para conseguir ´´viver“.

Esses indivíduos tem a tendência de se sentirem desvalorizados frente as outras pessoas em seu meio. Elas são tão dependentes, emocionalmente falando, que qualquer mudança na forma de serem tratadas pode gerar um desequilíbrio.
Essa dependência pode estar ligada ao apego aprendido na infância. Podemos dizer que um apego seguro não dá origens a indivíduos dependentes emocionalmente, mas um apego ambivalente e preocupante, sim. E este modelo se estenderá para todas as suas relações.

Importante sabermos que na dependência emocional vemos comportamentos exagerados, em que comprometem a rotina do indivíduo, fazendo com que o mesmo fique desestabilizado quando não tem esse apoio emocional que espera de determinada pessoa. É diferente das relações saudáveis em que as duas pessoas da relação cuidam uma da outra com respeito, sem perder a sua singularidade.

Portanto se você se identificou com esse post ou conhece alguém que se comporta dessa forma, indicamos que procure ajuda de um profissional.
E se você tem interesse em conhecer mais sobre estes e outros assuntos comenta aqui embaixo que entraremos em contato com você.

Obs. As informações citadas aqui não são critérios para um diagnóstico. Procure ajuda especializada.

Você sabia que existem partes de você, que você desconhece e que este fator influencia nas suas ações? 🤔

Algumas de nossas escolhas e sentimentos são estruturas de nossa personalidade que carregamos, porém não temos o controle, e isso acontece devido ao inconsciente.😐

O inconsciente é um dos (se não o) aspectos mais importantes para a psicanálise.
Quando partimos daquele princípio de que o nosso Eu é apenas um, limitando-se apenas ao nível da consciência, teremos o risco de nos culparmos por não cumprirmos metas, objetivos, etc. A psicanálise acredita que o Eu é uma estrutura e nessa estrutura está também o inconsciente.

Freud diz que o inconsciente ´´sussurra, mas ele exige ser ouvido“. Quando não consideramos que somos além desse ´´um“, esse Eu tem que se manifestar de outras formas não linguísticas, muito provavelmente através do que conhecemos como sintomas. Uma das formas da expressão do inconsciente são os chamados atos falhos.

Vimos isso quando ao acontecer algum fato, dizemos que foi “sem querer fazer” , mas na verdade “é o que eu- inconsciente queria”. Exemplos como: queria ter chegado mais cedo no trabalho, mas dormi demais, ou “eu queria” ter vindo antes, mas “não consegui me programar”… Isso que fazemos tão naturalmente e sem querer, a psicanálise chama de Manifestação do Inconsciente.

O inconsciente não é um problema, mas não conhecê-lo e ignorá-lo nos coloca em uma posição sempre de mal estar, porque estamos sempre tentando fazer algo que não conseguimos, ou seja, a parte de mim que quer fazer não está percebendo tudo o que eu sou, a minha totalidade. Ela percebe apenas o meu desejo e o meu discurso consciente sobre eu mesmo.

Considerar o inconsciente como existente e como agente, é um grande diferencial, é o que faz um analista não ser um aconselhador. Na psicanálise o desejável é entrar em contato com o que nós somos, independente do que me tornei a partir da minha representação histórica ou com ela. É entrar em contato com aquilo que eu sou além do que me ´´fiz“ para me adequar as necessidades de ser amado e de sobreviver neste mundo que nem sempre é gentil com seres frágeis e delicados como a criança que um dia eu fui.

Quando pensamos na profissão de enfermagem, logo nos vem à mente um profissional que cuida fisicamente do paciente. Porém, se ampliarmos o olhar, veremos que este profissional faz além disso.

O trabalho de um enfermeiro exige o conhecimento técnico, mas exige também um grande equilíbrio emocional para lidar com as questões que surgem em sua volta durante o atendimento.
E é aqui que incluímos a psicanálise. Ao estudar a teoria, o enfermeiro pode ampliar o seu campo de atuação em que antes se via restrito em apenas ´´tocar“ o paciente para a realização de procedimentos. Com este novo olhar, o profissional começa a utilizar recursos que ajuda a proporcionar conforto e bem estar, não apenas aos pacientes, como também aos familiares, durante a hospitalização.

Podemos ver bem isso quando o enfermeiro consegue cuidar com empatia dos pacientes presentes no quarto ou na sala de medicação, ou ainda quando este profissional precisa acompanhar um paciente deprimido e os recursos precisam ir além da sua técnica.

Como no campo de atuação, o profissional de enfermagem se depara com pacientes e familiares que se encontram fragilizados e muitas vezes desamparados, o preparo para proporcionar um ambiente acolhedor se faz importante.

Assim o atendimento se transforma mais humanizado e o vínculo de confiança criado nele ajuda, com certeza à uma recuperação mais satisfatória.