Por que não refletirmos um pouco sobre o papel do pai, em um tempo onde a família vive num mundo de tensões e divisões?

Tanto falamos sobre a maternidade que até nos esquecemos de atribuir um olhar à função da paternidade nos dias atuais.

O movimento do pai na contemporâneidade já é visto de maneira muito mais participativa do que anos atrás.

Para a psicanálise essa nova postura é muito bem vinda, uma vez que proporciona à criança um amadurecimento dentro de uma família, composta por pessoas reais que lhe dispensam cuidados reais.

A participação efetiva do pai na vida da criança, a qualidade de sua presença e suas ações possibilita a vivência de experiências efetivas muito importantes para o desenvolvimento de sua personalidade.

Crises no relacionamento conjugal são de fato desgastantes. Muitos casais se esquecem de “olhar” para o casamento, entram em uma rotina, perdem o respeito, a empatia, ao mesmo tempo que se frustram por não terem suas expectativas supridas. Ao viverem na espera do príncipe encantado e da princesa dos sonhos que lhe foram vendidos, se frustram, e, é nesse momento que nasce a crise no relacionamento.

A terapia de casais tem sido muito eficaz, diante de tamanha dificuldade, proporcionando vários benefícios para o casal, até mesmo a construção de um novo caminho para a superação dos impasses existentes. Porém, o processo pode levar um tempo considerável e, portanto, engajamento das duas partes é primordial.

Motivos de crises no casamento

Muitas são as causas da crise no casamento e nos relacionamentos afetivos entre casais de uma forma geral, mas em especial elas se originam da falta de maturidade do casal.

É preciso considerar que diariamente vamos encontrar problemas e desafios na vida, e na vida a dois não será diferente. A maneira como lidaremos com esses desafios, determinará o nosso sucesso ou fracasso.

A vida acelerada com suas excessivas preocupações, tem trazido cansaço e stress aos parceiros, gerando decepções e angústias individuais que são transferidas ao relacionamento. Por isso, entender a personalidade do companheiro e a sua própria, omodo de agir de cada um nas diversas situações é fundamental para vencer a crise.

Além desses que falamos, podemos citar outros motivos de crise nos relacionamentos conjugais como: traição, violência verbal, dificuldades financeiras, falta de valorização, falta de intimidade e sexo, interferência familiar, etc.  Refletiremos sobre algumas delas.

  • Traição

É um dos principais motivos de crise. O ato por si só, já traz sentimento de insegurança, frustração e um grande aumento de estresse por conta das discussões que se iniciam, tornando o ambiente hostil.

Por outro lado, a infidelidade conjugal, não é um fato isolado, mas muitas questões podem ser desencadeadoras dessa ação, ou seja, um conjunto de “motivações”, como: busca por autoafirmação, pressão social, busca de novas experiências sexuais, baixa autoestima, ciúmes, traumas da infância, vingança, tédio, ciúmes, entre outros.  Do ponto de vista psicológico ocorrem muitos processos psíquicos.

  • Falta de valorização

Essa reclamação é constante entre os casais. Na verdade, todos queremos ser valorizados, reconhecidos e estimados, e quando isso não ocorre pode trazer sentimentos nocivos e prejuízos sem igual. Os gritos começam a acontecer, o ambiente se torna muito pesado para se conviver.

O diálogo é fundamental para resolver essa questão e muitos casais não conseguem estabelecer um diálogo com qualidade, e, por conta disso a crise se instala.

Maslow, psicólogo humanista disse que todos temos necessidades humanas básicas e que quando as pessoas parecem ser algo diferente do que é bom e decente, é apenas porque estão reagindo ao estresse, dor ou privação dessas necessidades. Mas nem todos sabem disso!

  • Violência Verbal

Está entre os atos mais destrutivos, uma vez que a agressão verbal, dependendo do grau de intimidação e manipulação pode ser considerada como abusiva pois faz grande estrago às emoções. Nesse quesito, podemos ver ataques verbais contínuos e depreciativos, podendo até revelar por parte do agressor um forte senso de superioridade e intimidação ao outro com gritos e ameaças.

Para lidar com a crise causada pela violência verbal, é necessário abrir espaço para um diálogo, onde as duas partes possam se ouvir. Interessante, que da mesma forma que iniciamos o casamento com palavras, podemos também destruí-lo com elas.

  • Agressões Físicas

Nesse aspecto, geralmente as principais vítimas são as mulheres, que, com um perfil de total dependência do marido, na esperança de que ele mude, acabam sofrendo tortura não só física, mas psicológica também. Infelizmente muitas mulheres silenciam por medo, correndo riscos até de morte dentro do relacionamento.

De fato, esse motivo de crise no casamento, requer, além da busca psicológica, denúncia aos órgãos competentes, pois não se trata somente de uma “crise”, mas de maus tratos ferindo os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (Lei Maria da Penha).

  • Interferência Familiar

Esse assunto é muito discutido entre os casais, que se queixam da intromissão dos pais no seu casamento, até mesmo em relação à criação dos filhos.

Essa questão atrapalha geralmente os casais que ainda não assumiram maturidade para viverem suas próprias vidas sem dependerem dos pais e parentes, não só fisicamente, mas emocionalmente também.

Às vezes um dos parceiros apresenta “o cordão umbilical” ligado ao núcleo familiar de origem, e, não consegue tomar decisões somente com o parceiro, sem a opinião da família de origem.

Com a terapia, o casal aprende a assumir a independência, fazendo escolhas e se responsabilizando por elas.

Fobias são um tipo de Transtorno de Ansiedade.
Todos nós sentimos medo de alguma coisa em algum momento da nossa vida. O medo é considerado uma emoção primária, adaptada frente a situações de ameaça ou perigo, ou seja, frente a um fato real. Porém, a pessoa que é diagnosticada com fobia tem um sentimento angustiante e intenso, que causa medo, terror ou até mesmo pânico diante de um perigo que não é real. Estes sintomas são persistentes e irracionais. No início, o medo do objeto ou da situação faz com que o sujeito altere algumas coisas em sua rotina, porém o medo de perder o controle e o domínio faz com que ele altere completamente o seu comportamento e comece a evitá-lo, trazendo sofrimento significativo e interferindo na vida pessoal, profissional ou nos estudos.

Abaixo listamos algumas das fobias mais comuns.

• Acrofobia: medo das alturas;
• Aerofobia: medo de voar;
• Aracnofobia: medo de aranhas;
• Astrofobia: medo de trovão e relâmpago;
• Autofobia: medo de ficar sozinho;
• Claustrofobia: medo de espaços confinados ou lotados;
• Hemofobia: medo do sangue;
• Hidrofobia: medo da água;
• Ofidiofobia: medo de cobras;
• Zoofobia: medo de animais;
• Tripofobia: medo de padrões geométricos;
• Amaxofobia: medo de dirigir.

E como tratar uma fobia?
As fobias são tratadas com uma combinação entre medicamento e psicoterapia. O objetivo de ambos os tratamentos é de que a qualidade de vida melhore e que não haja mais prejuízos por causa do medo excessivo.

O Transtorno Opositivo Desafiador, conhecido também como TOD pode ser caracterizado como uma condição na qual a criança adota um comportamento de teimosia frequente, com questionamento às regras, comportamentos desafiantes (como o nome mostra), principalmente diante das figuras de autoridade, além de hostilidade.

Muitos confundem esse Transtorno com uma simples “birra”, mas é importante sabermos que há diferenças entre uma criança com “birras” típicas da idade e aquelas com sinais e sintomas suspeitos de um comportamento opositor.

Segundo o DSM 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais),

o TOD é mais predominante em famílias nas quais o cuidado da criança é perturbado por uma sucessão de cuidadores diferentes ou em famílias nas quais são comuns práticas agressivas, inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos.

A taxa do transtorno pode variar de acordo com a idade e o gênero da criança. A incidência do transtorno é mais vista em crianças do sexo masculino do que do sexo feminino antes da adolescência.

Geralmente, os primeiros sintomas do TOD surgem durante os anos de pré-escola e, raramente, mais tarde, após o início da adolescência.

Crianças e adolescentes com TOD estão sob risco aumentado para uma série de problemas de adaptação na idade adulta, como, problemas de controle de impulsos, comportamento antissocial, ansiedade, depressão e até mesmo abuso de substâncias.

É preciso considerar a hipótese de TOD quando os sintomas causam prejuízos significativos na vida do sujeito, justamente porque os comportamentos presentes no transtorno restringem a vida social devido às manifestações constantes de raiva, teimosia, hostilidades e insubordinação.

Outro fato importante é que geralmente se vê juntamente com esse transtorno, outros dois: o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e o transtorno da conduta.

Após o diagnóstico, que deve ser feito pelo psiquiatra infantil, é possível traçar estratégias de tratamentos associados à Psicoterapia em prol de administrar melhor as crises, frustrações e reduzir, se necessário, as atividades diárias para melhor rendimento escolar, visto a criança pode ter atraso de desenvolvimento nessa área. Ainda, há a possibilidade do uso de medicamentos próprios para cada faixa etária.

Infelizmente o TOD foi associado a um risco aumentado para tentativas de suicídio, por isso é muito importante ficar atento aos seus sintomas.

Assim se você observar alguns comportamentos mais persistentes listados abaixo, procure ajuda, pois essa criança, adolescente ou adulto pode estar sofrendo por conta do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD):

  • Ataques de fúria;
  • Predominância de agressividade;
  • Hostilidade com tudo e todos;
  • Discussões diárias com pais, colegas de sala e professores;
  • Pessimismo;
  • Comportamento vingativo, etc.

TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e que geralmente acompanha o sujeito por toda a vida. É caracterizado por sintomas de falta de atenção, inquietude e impulsividade.

Os sintomas podem ser para desatenção: Não perceber os detalhes ou cometer erros por descuido, dificuldade em manter a atenção em tarefas simples, demonstrar não estar ouvindo quando lhe dirigem a palavra, entre outros.

Os sintomas para hiperatividade podem ser: remexe ou batuca mãos e pés o tempo todo, se levanta enquanto deveria permanecer sentado, incapaz de se manter em uma atividade calmamente, não para, fala demais, entre outros.

O diagnóstico deve ser feito de forma rigorosa por um profissional para descartar outros transtornos. Caso seja comprovado o TDAH o tratamento pode ser realizado de forma medicamentosa e com psicoterapia.

O Transtorno Bipolar é marcado pelo revezamento entre episódios de depressão e de euforia (mania). É considerado um transtorno complexo e a sua principal característica é a sua alternância súbita de um estado de humor para o outro e até de períodos sem crises entre eles (dependendo qual tipo a pessoa se encontra).

As crises podem variar de intensidade, frequência e duração. Tanto na mania, como na depressão os sintomas trazem sérias mudanças no comportamento que podem comprometer o relacionamento familiar, afetivo e social. Em geral é mais comum afetar homens e mulheres entre 15 e 25 anos, porém pode atingir pessoas idosas e mais jovens também.

É necessário um diagnóstico bem criterioso para não ser confundido com outros transtornos. As causas ainda não são efetivas, mas já podem se comprovar que fatores genéticos e algumas áreas do cérebro e de níveis de neurotransmissores podem estar envolvidos, além disso, alguns eventos podem tornar-se gatilhos para pessoas geneticamente pré dispostas.

Como tratamento é necessário caminhar junto o uso de medicação, a psicoterapia e algumas mudanças no hábito, como a extinção no consumo de substâncias psicoativas.