Ano novo, tudo novo. Será? Mais um ciclo se despede, e, como de praxe, cá estamos traçando nossos planos para o ano seguinte. Essa sensação de renovação, característica do início do ano, nos impulsiona a acreditar que é necessário conceber novidades, estabelecer metas inéditas. A ilusão de que o que não foi concluído até o último dia do ano já perdeu sua validade nos envolve.

Entretanto, é preciso questionar essa perspectiva. O primeiro dia do ano não representa uma ruptura completa; ao contrário, é uma continuidade. Não há a necessidade de descartar tudo e recomeçar do zero a cada ciclo. Certamente, o início do ano nos traz a esperança de que podemos fazer as coisas de maneira diferente, de que tudo pode dar certo. No entanto, isso não implica obrigatoriamente em traçar planos totalmente inéditos.

O ano é novo, mas os planos podem ser os mesmos. Ou, se assim preferir, pode escolher não ter planos definidos. Porque, afinal, essa reflexão não se restringe apenas ao dia 01.01, mas se estende ao longo do ano. A verdadeira magia está em perceber que a oportunidade de reinventar-se e redefinir objetivos está disponível a qualquer momento. Portanto, que tal abraçar a continuidade e permitir-se evoluir ao longo do ano, sem a pressão de ter sempre algo totalmente novo em mente? 😉

Há muito tempo, celebramos o Natal em família, simbolizando o amor, o perdão e o renascimento de Jesus em nossos corações. O Natal é tempo de refletirmos sobre nossas atitudes, o que temos buscado, as relações construídas e as que não desejamos mais. Contudo, atualmente, não vemos mais decorações nas casas, ruas e lojas, e o espírito fraterno parece ausente. Tudo está voltado para o comércio, mantendo o protocolo com a empresa. Anseiamos por nos despir desse cenário e nos isolar novamente em casa, lembrando que “não somos obrigados a nada”. Isso se tornou um hábito nos dias de hoje.

Considerando a psicanálise, Jung via a encarnação de Cristo como símbolo da realização do “processo de individuação”, o desenvolvimento pessoal para nos tornarmos verdadeiramente nós mesmos. Da mesma forma, devemos seguir nosso próprio processo de individuação, reconhecendo a voz interior para perceber o caminho a seguir. Talvez seja necessário nos despojarmos desse espetáculo pós-moderno e refletirmos sobre o amor e o respeito ao próximo. 🥰

Na psicanálise, o termo “desejo obsessivo” refere-se a um padrão de pensamentos, sentimentos ou comportamentos persistentes e intrusivos motivados por desejos inconscientes. Esses desejos obsessivos podem estar relacionados a conflitos não resolvidos, impulsos reprimidos ou traumas do passado. A análise do desejo obsessivo é realizada dentro do contexto mais amplo da teoria psicanalítica, incluindo conceitos como o inconsciente, pulsões, complexo de Édipo e mecanismos de defesa. A psicanálise oferece uma lente única para entender o desejo obsessivo, buscando explorar as camadas mais profundas da mente e identificar as origens inconscientes desses padrões de comportamento.

O desejo obsessivo é caracterizado por pensamentos, impulsos ou imagens intrusivos e persistentes que causam desconforto significativo e ansiedade. Esses desejos geralmente são acompanhados por comportamentos repetitivos chamados compulsões, que são tentativas de aliviar a ansiedade associada aos pensamentos obsessivos.

Um exemplo clássico que conhecemos é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), no qual os sujeitos experimentam pensamentos intrusivos e indesejados, conhecidos como obsessões, que desencadeiam ansiedade intensa e que, para aliviar, precisam realizar comportamentos repetitivos, chamados compulsões, na esperança de prevenir ou reduzir a ansiedade. No entanto, é importante lembrar que os desejos obsessivos não se limitam apenas ao TOC.

Na clínica psicanalítica, a supervisão é essencial para a formação, significando orientar e dirigir. O supervisor é aquele que vê além, permitindo-nos compreender aspectos não percebidos anteriormente e aprender mais sobre questões relacionadas ao atendimento. Portanto, é crucial escolher um supervisor com ampla experiência clínica, não apenas teórica.

O termo “Outra Visão” convida à reflexão sobre os atendimentos realizados. O psicanalista atende conforme sua própria visão, e nós, com nosso olhar distinto, contribuímos para diagnósticos, condutas e momentos de resistência no processo. Esse olhar adicional auxilia a visualizar novas saídas e esclarecer pontos cegos por meio de nossa experiência e perspectiva clínica.

Assim, a supervisão integra o tripé psicanalítico, sendo indispensável para formarmos psicanalistas competentes, complementando a análise pessoal e um bom curso.

A defesa do ego é um conceito central na teoria psicanalítica desenvolvida por Freud. O ego é uma das três instâncias da mente, juntamente com o id e o superego. Ele é responsável por mediar entre as demandas impulsivas do id, as exigências morais do superego e a realidade externa. As defesas do ego são estratégias psicológicas automáticas e inconscientes que o ego utiliza para lidar com ansiedades e conflitos internos.
Esses mecanismos de defesa não são exclusivos uns dos outros, e muitas vezes são utilizados em combinação para lidar com diversas situações. São estratégias inconscientes que ajudam a preservar a estabilidade psicológica, mas, em alguns casos, podem levar a formas de comportamento disfuncional.
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Atendo adolescentes que estavam ansiosos para o show deste fim de semana acontecer, com entusiasmo e vivacidade que conferem a essa fase fantástica que é a adolescência. Era para ser um momento mágico para esses jovens, mas não foi.
A organizadora do evento proibiu a entrada de garrafas de água em um calor de 60°C, cobrando um absurdo pela água dentro do estádio. Quanto vale uma vida?
Segundo José Outeiral, psicanalista, “o adolescente é um passivo-observador de suas próprias mudanças e se vê inundado por um sentimento de impotência, que pode acarretar em muitas angústias.”
Se formos ler as letras de Taylor, elas abordam temas que tendem a agradar esse público tão vulnerável devido ao processo de transformações que atravessam e o sentimento de angústia que os acompanham. Mergulhando então no mundo dessas letras, eles tendem a voltar-se a si mesmos, em suas fantasias, devaneios e sonhos, interferindo na sua capacidade de ver as coisas com criticidade. Justificando as atitudes realizadas nos shows no RJ.
Para Freud em “Mal estar na cultura”, vivemos a dicotomia entre querer satisfazer todos os nossos desejos ou abrir mão em nome da coletividade. Swift, sua equipe e a organizadora demonstraram qualquer coisa menos o interesse em abrir mão de seus interesses individuais em prol da preservação da nossa cultura. Afinal, que ingenuidade não perceber o calor do RJ ou ter visto os alertas das ondas altíssimas de calor, não é mesmo?
Ao contrário disso, Taylor permaneceu no silêncio do típico “desmentido” Ferencziano (faz-se o que se quer para fazer crer no que os outros querem crer).
Nossa solidariedade à mãe da Ana, que não receberá mais a sua filha de volta em casa por conta da arrogância que o ser humano carrega dentro de si.