Há muito tempo, celebramos o Natal em família, simbolizando o amor, o perdão e o renascimento de Jesus em nossos corações. O Natal é tempo de refletirmos sobre nossas atitudes, o que temos buscado, as relações construídas e as que não desejamos mais. Contudo, atualmente, não vemos mais decorações nas casas, ruas e lojas, e o espírito fraterno parece ausente. Tudo está voltado para o comércio, mantendo o protocolo com a empresa. Anseiamos por nos despir desse cenário e nos isolar novamente em casa, lembrando que “não somos obrigados a nada”. Isso se tornou um hábito nos dias de hoje.

Considerando a psicanálise, Jung via a encarnação de Cristo como símbolo da realização do “processo de individuação”, o desenvolvimento pessoal para nos tornarmos verdadeiramente nós mesmos. Da mesma forma, devemos seguir nosso próprio processo de individuação, reconhecendo a voz interior para perceber o caminho a seguir. Talvez seja necessário nos despojarmos desse espetáculo pós-moderno e refletirmos sobre o amor e o respeito ao próximo. 🥰

Na psicanálise, o termo “desejo obsessivo” refere-se a um padrão de pensamentos, sentimentos ou comportamentos persistentes e intrusivos motivados por desejos inconscientes. Esses desejos obsessivos podem estar relacionados a conflitos não resolvidos, impulsos reprimidos ou traumas do passado. A análise do desejo obsessivo é realizada dentro do contexto mais amplo da teoria psicanalítica, incluindo conceitos como o inconsciente, pulsões, complexo de Édipo e mecanismos de defesa. A psicanálise oferece uma lente única para entender o desejo obsessivo, buscando explorar as camadas mais profundas da mente e identificar as origens inconscientes desses padrões de comportamento.

O desejo obsessivo é caracterizado por pensamentos, impulsos ou imagens intrusivos e persistentes que causam desconforto significativo e ansiedade. Esses desejos geralmente são acompanhados por comportamentos repetitivos chamados compulsões, que são tentativas de aliviar a ansiedade associada aos pensamentos obsessivos.

Um exemplo clássico que conhecemos é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), no qual os sujeitos experimentam pensamentos intrusivos e indesejados, conhecidos como obsessões, que desencadeiam ansiedade intensa e que, para aliviar, precisam realizar comportamentos repetitivos, chamados compulsões, na esperança de prevenir ou reduzir a ansiedade. No entanto, é importante lembrar que os desejos obsessivos não se limitam apenas ao TOC.

Na clínica psicanalítica, a supervisão é essencial para a formação, significando orientar e dirigir. O supervisor é aquele que vê além, permitindo-nos compreender aspectos não percebidos anteriormente e aprender mais sobre questões relacionadas ao atendimento. Portanto, é crucial escolher um supervisor com ampla experiência clínica, não apenas teórica.

O termo “Outra Visão” convida à reflexão sobre os atendimentos realizados. O psicanalista atende conforme sua própria visão, e nós, com nosso olhar distinto, contribuímos para diagnósticos, condutas e momentos de resistência no processo. Esse olhar adicional auxilia a visualizar novas saídas e esclarecer pontos cegos por meio de nossa experiência e perspectiva clínica.

Assim, a supervisão integra o tripé psicanalítico, sendo indispensável para formarmos psicanalistas competentes, complementando a análise pessoal e um bom curso.

A defesa do ego é um conceito central na teoria psicanalítica desenvolvida por Freud. O ego é uma das três instâncias da mente, juntamente com o id e o superego. Ele é responsável por mediar entre as demandas impulsivas do id, as exigências morais do superego e a realidade externa. As defesas do ego são estratégias psicológicas automáticas e inconscientes que o ego utiliza para lidar com ansiedades e conflitos internos.
Esses mecanismos de defesa não são exclusivos uns dos outros, e muitas vezes são utilizados em combinação para lidar com diversas situações. São estratégias inconscientes que ajudam a preservar a estabilidade psicológica, mas, em alguns casos, podem levar a formas de comportamento disfuncional.
Inscreva-se no nosso curso de formação e pós-graduação em psicanálise para saber mais 😉

Atendo adolescentes que estavam ansiosos para o show deste fim de semana acontecer, com entusiasmo e vivacidade que conferem a essa fase fantástica que é a adolescência. Era para ser um momento mágico para esses jovens, mas não foi.
A organizadora do evento proibiu a entrada de garrafas de água em um calor de 60°C, cobrando um absurdo pela água dentro do estádio. Quanto vale uma vida?
Segundo José Outeiral, psicanalista, “o adolescente é um passivo-observador de suas próprias mudanças e se vê inundado por um sentimento de impotência, que pode acarretar em muitas angústias.”
Se formos ler as letras de Taylor, elas abordam temas que tendem a agradar esse público tão vulnerável devido ao processo de transformações que atravessam e o sentimento de angústia que os acompanham. Mergulhando então no mundo dessas letras, eles tendem a voltar-se a si mesmos, em suas fantasias, devaneios e sonhos, interferindo na sua capacidade de ver as coisas com criticidade. Justificando as atitudes realizadas nos shows no RJ.
Para Freud em “Mal estar na cultura”, vivemos a dicotomia entre querer satisfazer todos os nossos desejos ou abrir mão em nome da coletividade. Swift, sua equipe e a organizadora demonstraram qualquer coisa menos o interesse em abrir mão de seus interesses individuais em prol da preservação da nossa cultura. Afinal, que ingenuidade não perceber o calor do RJ ou ter visto os alertas das ondas altíssimas de calor, não é mesmo?
Ao contrário disso, Taylor permaneceu no silêncio do típico “desmentido” Ferencziano (faz-se o que se quer para fazer crer no que os outros querem crer).
Nossa solidariedade à mãe da Ana, que não receberá mais a sua filha de volta em casa por conta da arrogância que o ser humano carrega dentro de si.

A psicanálise concentra-se na exploração dos desejos inconscientes das pessoas, muitos dos quais estão vinculados a aspectos emocionais e psicológicos profundos. O consumismo, por sua vez, frequentemente baseia-se na satisfação desses desejos, especialmente aqueles relacionados à busca de gratificação imediata, conforto emocional e autoestima por meio da aquisição de bens e serviços.

A publicidade pode desempenhar um papel fundamental no consumismo, ao criar desejos e aspirações nas pessoas. “O que determinada marca faz você sentir ao usá-la?” é uma das principais questões que ela levanta. Além disso, o consumismo pode ser uma tentativa de preencher um vazio emocional com compras excessivas.

Não importa o que, como e quanto estamos comprando, e sim o motivo pelo qual sentimos a necessidade de TER e não mais SER. Precisamos receber gratificações o tempo todo para não sentir a frustração da castração? Porque, sem consumir, sentimos que não pertencemos a essa sociedade? Novembro chegou e, com ele, mensagens constantes para consumirmos algo, mas o que, de fato, precisamos consumir?

Além disso, é importante considerar como o consumismo muitas vezes promove uma cultura de comparação e competição, levando as pessoas a medirem seu valor com base em suas posses materiais e no status social que elas aparentam ter. Isso pode resultar em uma pressão constante para atender às expectativas da sociedade, levando a um ciclo insustentável de gastos e aquisições desenfreadas para manter uma imagem específica. Esta constante busca por validação externa pode contribuir para a fragilidade da autoestima e da identidade pessoal, levando a um sentimento de insatisfação crônica mesmo diante de conquistas materiais.

Nesse contexto, a psicanálise pode oferecer uma visão mais profunda sobre as motivações por trás desses comportamentos, incentivando a reflexão sobre as reais necessidades emocionais e psicológicas que estão sendo suprimidas ou ignoradas pelo impulso consumista. A consciência desses padrões pode abrir caminho para um processo de autodescoberta e transformação pessoal, que valoriza a busca por satisfação e realização internas em detrimento da busca incessante por gratificação externa.